Pesquisa Científica | Escola de Enfermagem da USP

publicado dia 28/09/17

Entrevista com Dra. Márcia Zotti Justo Ferreira

Dra. Marcia Zotti

 

 

Conversamos com a Dra. Márcia Zotti Justo Ferreira, enfermeira com especialização e mestrado em Terapia Floral pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo e doutora em Engenharia Elétrica pela UNICAMP, sobre sua pesquisa: “Essências Florais: Medida da sua influência na vitalidade em seres vivos”.

 

 

 

 

 

EF: Em qual Universidade você realizou sua pesquisa?

Dra Márcia: Foi o meu mestrado na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo.

 

 

EF: Como foi a aceitação da universidade para a realização de uma pesquisa inserindo os florais?

Dra. Márcia: A Enfermagem tem como premissa básica o cuidado do ser humano na sua totalidade, dessa forma a Terapia Floral sempre foi bem aceita.

 

 

EF: Em linhas gerais em que consiste sua pesquisa?

Dra. Márcia: O grande desafio foi “ponderar o imponderável”, pois ainda não existe nenhum marcador biológico para o uso de essências florais. Por exemplo, no caso do uso de um anti-hipertensivo, a pessoa faz uso da medicação e depois de um tempo se mede a pressão, com os florais ainda não existe esse marcador, um “medidor” como no caso da pressão arterial.

Assim o objetivo foi pesquisar a ação das essências florais em seres vivos, buscando um parâmetro que mensurasse e expressasse sua ação. A intenção era trazer para leitura da linguagem quantitativa valores comparativos que demonstrassem sua ação.

A pesquisa consistia em comparar, por meio de parâmetros de germinação e crescimento biológico, o desenvolvimento de sementes de feijão que receberam: água com essência floral, água com veículo alcoólico e somente água.

 

EF: Quais foram os resultados da aplicação dos florais?

Dra. Márcia: Foi realizada a avaliação biológica do crescimento de feijões na fase germinativa, realizando-se a medição da altura total da planta comprimento (Figura 1), e peso das raízes (Figura 2).

Figura 1 – Planta do feijão analisada

Figura 2 – Raízes preparadas para pesagem

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O resultado mais importante foi nas raízes. Elas tiveram um fasciculamento maior, conforme ressaltam as elipses na Figura 3.

Figura 3 – Diferença fascicular nas raízes

 

Este resultado é um indicativo que os florais estimulam maior brotamento das raízes (fasciculamento), sendo que este fenômeno auxilia a plântula (feijão na fase germinativa) a superar os estresses hídricos e também estabelecer maior resistência ao ataque de patógenos radiculares que ocorrem na fase de plântula do feijoeiro.

Nos testes para a altura das plântulas e comprimento das raízes (Figura 4), confirma que mesmo o veículo alcoólico tendo efeito negativo na germinação, quando acrescentamos a essência floral desde a primeira rega, conseguimos valores bem próximos ao valor aceito como significativo estatisticamente.

Figura 4 – Médias das estruturas da planta de feijoeiro por tratamento.

Observando-se, ainda na Figura 4, nota-se que dos cinco grupos de médias apresentadas nas duas fases, no que se refere ao Tratamento 2 (água com veículo alcoólico), sempre tem-se valores inferiores aos outros tratamentos, sendo que em apenas um ela apresenta o mesmo valor que o Tratamento 1 (água), sendo este o  primeiro grupo de três colunas no gráfico, referente a plântula – Fase 1. Portanto pode-se notar que o veículo alcoólico, neste caso, afeta negativamente, pois nota-se a diminuição das suas médias de crescimento durante a germinação em relação aos outros tratamentos.

Assim torna-se importante ressaltar que das cinco médias por tratamento (colunas) apresentadas nas diferentes medições citadas na Figura 4, em apenas uma delas o tratamento que recebeu essência floral, o Tratamento 3, não se mostra superior, sendo este o segundo grupo de três colunas no gráfico, referente a raiz – Fase 1.

Podemos assim, notar que as essências florais, neste caso, são benéficas a germinação das sementes de feijoeiro, pois se sobrepuseram aos efeitos negativos do veículo alcoólico, evitando desta forma o comprometimento do seu crescimento no período de germinação e também beneficiando suas raízes de forma significativa.

 

EF:      Para os padrões da Academia esses resultados são tidos como favoráveis/positivos?

Dra. Márcia: São, porque foi uma pesquisa clássica, utilizando material e recursos já bem conhecidos e consagrados, além de ter sido realizada em parceria com um reconhecido centro de pesquisa, o Instituto Agronômico – IAC, Fazenda Santa Eliza, Campinas, São Paulo.

 

EF:     Como a pesquisa científica com os florais contribui para o estabelecimento da terapia floral em nosso país?

Dra. Márcia: A partir do momento que se diz “isso foi comprovado cientificamente” a sociedade aceita e reconhece o resultado. Portanto, a melhor forma de validação é se submeter ao cunho cientifico e a partir daí caminhar por todas as facilidades que o reconhecimento e a legalidade oferecem.

Mestrado em Saúde do Adulto. 
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. 
Título: Essências Florais: Medida da sua influência na vitalidade em seres vivos, Ano de Obtenção: 2007.

Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-20042007-134835/fr.php

Dra. Márcia Zotti é Enfermeira  com especialização e mestrado em Terapia Floral pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, Doutorado em Engenharia Elétrica pela UNICAMP, atua como pós-doc de um laboratório de células no Instituto de Física da USP.

Contato: [email protected]